IRMÃ LINDALVA,
“MÁRTIR DO SERVIÇO”
“ O serviço é para as Filhas da Caridade a expressão de seu dom total a Deus e a Companhia e lhe dá seu pleno significado.”( C.16. b )
Os Fundadores da Companhia das Filhas da Caridade, São Vicente e Santa Luísa à luz da Palavra de Deus compreenderam que o SERVIÇO aos pobres deve ser realizado de forma corporal e espiritual (cf. Lc. 4, 14, 21 e Mt. 25,31-46).
Os pobres merecem ser tratados com compaixão, ternura e cordialidade. A compaixão é a capacidade de sentir com o outro seu sofrimento seja no aspecto físico, material, seja de ordem espiritual. A ternura é o amor afetivo que faz a pessoa de fé ter oferecer ao outro palavras afáveis, portadoras da esperança e da alegria que vêm de Deus. A cordialidade é introduzir o nosso coração no coração dos pobres (cf. C.10. a )1 e de quem necessita de ajuda.
A Irmã Lindalva em fidelidade ao seu compromisso batismal através da Vida de Comunidade buscou contemplar Jesus Cristo, “Adorador do Pai, Servo de Seu desígnio de Amor e Evangelizador dos Pobres”, através do serviço concreto aos pobres configurado no espírito de humildade, simplicidade e caridade, virtudes que animam a vocação das Filhas da Caridade.
O serviço aos pobres como constitutivo da identidade da serva encontrou na vida da Irmã Lindalva um “lugar favorável” para restituir a muitas vidas sedentas do “pão material” e do “pão espiritual”, a esperança, a alegria e a fraternidade.
“Servir é nossa vocação”. Uma vocação que não é evidenciada pelo serviço que qualifica e transfigura a vida das pessoas pode ser resumida meramente a uma profissão. Por isso, quando afirmo que a Irmã Lindalva é considerada “mártir do serviço”, é porque encontro a fundamentação para essa afirmação no fato de que o chamado à vocação para uma vida “doada a Deus para o Serviço de Jesus Cristo nos pobres” ( cf. C. 7.a) a qual a Irmã Lindalva teve, encontrou a sua expressão máxima numa sexta feira santa exatamente durante o serviço, derramando o seu sangue. Atitude essa que a Igreja proclama dizendo: “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.
O testemunho de fé de nossa bem aventurada Lindalva Justo possa impulsionar o coração de muitos jovens para o serviço de Jesus Cristo nos Pobres através do carisma de São Vicente de Paulo.
Que Deus, “autor da vida e missão” abençõe nossa vocação de servos e servas do Senhor.
Recife, 04 de Fevereiro de 2011
Pe. Carlos César, CM
1. Cf. C. 10.a – Constituições das Filhas da Caridade, p. 31
2. Cf. C. 7. a - Idem, p. 30