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sábado, 20 de agosto de 2011

Aeródromo está lotado para a vigília da JMJ

MADRI - Para garantir um bom lugar para a vigília da Jornada Mundial da Juventude, que será presidida pelo papa, muita gente passou a noite no aeródromo Quadro Ventos, onde acontece o ato litúrgico hoje a partir das às 20:30h (15:30h de Brasília). Durante todo o dia, jovens caminharam em grupos para o local, uma vez que as estações de metrô mais próximas foram fechadas por medidas de segurança. A outra opção para chegar ao local era ônibus.
Seis horas antes da vigília, o aeródromo já estava tomado por uma multidão de jovens. Shows católicos animam a juventude até a hora da vigília. Por causa do forte calor, muitos passaram mal e foram socorridos no posto médico montado no local.
Os profissionais da imprensa foram conduzidos de ônibus para Quadro Ventos onde foi montada uma tenda para os jornalistas. Muitos deles passarão a noite nesta tenda, já aguardando a missa de encerramento da Jornada que o papa rezará a missa de amanhã, às 9h (hora local).
Bento XVI deverá chegar ao aeródromo, de papamóvel, às 20:30h, e saudará os reis da Espanha e as demais autoridades. Em seguida, receberá a cruz conduzida pelos jovens e responderá a perguntas de cinco sobre questões que os incomodam. Terminado este momento, o diácono proclama a leitura do evangelho e o papa fará uma homilia.
Após a homilia, Bento XVI iniciará as orações da vigília e fará, antes de se despedir da multidão, a consagração dos jovens ao Sagrado Coração de Jesus.

Fonte: CNBB

JMJ: Discurso do Papa na Via-Sacra

Queridos jovens!
Com piedade e fervor, celebrámos esta Via-Sacra, acompanhando Cristo na sua Paixão e Morte. As reflexões das Irmãzinhas da Cruz, que servem aos mais pobres e desvalidos, facilitaram-nos a entrada nos mistérios da gloriosa Cruz de Cristo, que encerra a verdadeira sabedoria de Deus, aquela que julga o mundo e quantos se crêem sábios (cf. 1 Cor 1, 17-19). Neste itinerário para o Calvário, ajudou-nos também a contemplação destas imagens extraordinárias do património religioso das dioceses espanholas. São imagens onde se harmonizam a fé e a arte para chegar ao coração do homem e convidá-lo à conversão. Quando é límpido e autêntico o olhar da fé, a beleza coloca-se ao seu serviço e é capaz de representar os mistérios da nossa salvação a ponto de nos tocar profundamente e transformar o nosso coração, como sucedeu a Santa Teresa de Ávila ao contemplar uma imagem de Cristo coberto de chagas (cf. Livro da Vida, 9, 1).
À medida que íamos avançando com Jesus até chegar ao cimo da sua entrega no Calvário, vinham-nos à mente as palavras de São Paulo: «Cristo amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). À vista de um amor assim desinteressado, cheios de admiração e reconhecimento perguntamo-nos agora: Que havemos nós de fazer por Ele? Que resposta Lhe daremos? São João no-lo diz claramente: «Foi com isto que conhecemos o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). A paixão de Cristo incita-nos a carregar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo, com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e às suas vicissitudes; pelo contrário, fez-Se um de nós «para poder padecer com o homem, de modo muito real, na carne e no sangue (…). A partir de lá entrou em todo o sofrimento humano alguém que partilha o sofrimento e a sua suportação; a partir de lá propaga-se em todo o sofrimento a con-solatio, a consolação do amor solidário de Deus, surgindo assim a estrela da esperança» (Spe salvi, 39).
Queridos jovens, que o amor de Cristo por nós aumente a vossa alegria e vos anime a permanecer junto dos menos favorecidos. Vós que sois tão sensíveis à ideia de partilhar a vida com os outros, não passeis ao largo quando virdes o sofrimento humano, pois é aí que Deus vos espera para dardes o melhor de vós mesmos: a vossa capacidade de amar e de vos compadecerdes. As diversas formas de sofrimento, que foram desfilando diante dos nossos olhos ao longo da Via-Sacra, são apelos do Senhor para edificarmos as nossas vidas seguindo os seus passos e para nos tornarmos sinais do seu conforto e salvação. «Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade, o seu abandono destruiria o mesmo homem» (Ibid., 39).
Oxalá saibamos acolher estas lições e pô-las em prática. Com tal finalidade, olhemos para Cristo, suspenso no duro madeiro, e peçamos-Lhe que nos ensine esta misteriosa sabedoria da cruz, graças à qual vive o homem. A cruz não foi o desfecho de um fracasso, mas o modo de exprimir a entrega amorosa que vai até à doação máxima da própria vida. O Pai quis amar os homens no abraço do seu Filho crucificado por amor. Na sua forma e significado, a cruz representa esse amor do Pai e de Cristo pelos homens. Nela reconhecemos o ícone do amor supremo, onde aprendemos a amar o que Deus ama e como Ele o faz: esta é a Boa Nova que devolve a esperança ao mundo.
Voltemos agora os nossos olhos para a Virgem Maria, que nos foi entregue por Mãe no Calvário, e supliquemos-Lhe que nos apóie com a sua amorosa protecção no caminho da vida, particularmente quando passarmos pela noite da dor, para conseguirmos permanecer como Ela firmes ao pé da cruz.