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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

São João Gabriel Perboyre (1802-1840)


João Gabriel Perboyre nasceu em Puech, diocese de Cahors, no sul da França, aos 06 de janeiro de 1802. Com 15 anos, entrou para o seminário de Montauban, dirigido pelos Padres Lazaristas, onde seu tio, Padre Jacques Perboyre, era reitor. Com 16 anos, já era um seminarista consciente da própria vocação. Na oração, na ascese e no zelo, dava provas da firmeza de seu propósito: Quero ser missionário... Oh, como é bela a cruz plantada em terra infiel e regada com o sangue dos apóstolos de Jesus Cristo.
Em 15 de dezembro de 1818, entrou para o Seminário Interno da Congregação da Missão e emitiu os votos a 28 de dezembro de 1820. Concluindo seus estudos em junho de 1823 e não podendo ser ordenado devido à idade (isso só aconteceria a 23 de setembro de 1826), retornou a Montauban como professor. Um ano depois de ordenado, foi nomeado superior do Seminário de Saint-Flour e, em 1832, diretor do Seminário Interno, em Paris.
Foi em 1820, quando estava no Seminário Interno, que Padre João Gabriel recebeu a notícia do martírio do Padre Francisco Régis Clet, depois de longos anos de trabalho missionário na China (1791-1820). Anos depois, por ocasião da chegada à Paris das relíquias do Padre Clet, o jovem missionário Perboyre, já como diretor do Seminário Interno, cargo também exercido por seu Coirmão martirizado, exclamou diante de seus formandos: Quisera eu ser mártir como Clet! Peçam a Deus que minha saúde se fortifique para que eu possa ir à China, a fim de pregar Jesus Cristo e morrer por ele.
A falta de saúde era realmente um grande obstáculo para seus sonhos. Mas Padre Perboyre nunca perdeu a esperança. De fato, em 1835, partiu para a China, desembarcando em Macau alguns meses depois. Neste território português, Padre Perboyre foi recebido por seus Coirmãos de Congregação para se dedicar ao estudo da cultura e, principalmente, da língua chinesa, esforço que empreendeu sem demora, permanecendo em Macau apenas quatro meses.
Em terras chinesas, apesar da grande perseguição contra a fé cristã, Padre Perboyre não se intimidou e se lançou de corpo e alma à missão. Para isso, preparou-se física e culturalmente: aprendeu o idioma chinês, mandou raspar a cabeça, salvo um punhado de cabelo atrás, prolongado por uma trança postiça, e deixou crescer o bigode. Sobre essa inculturação, escreveu a seu irmão: Se você pudesse me ver com meu traje chinês, se visse minha cabeça raspada, minha longa trança e bigode, balbuciando minha nova língua, comendo com os pauzinhos que servem de faca, colher e garfo... Para melhor se inculturar e servir ao povo chinês, Padre Perboyre, como todos os seus outros Coirmãos, também adotou um novo nome, passando a ser chamado de Padre Tong Weng Hio, ou simplesmente Padre Tong.