Caros
Irmãos e Irmãs,
No dizer de
alguém, São Vicente de Paulo, “quase
mudou a face da Igreja”. Considero uma afirmação justa, pois sendo ele um
homem de seu tempo, sua capacidade e enxergar longe, de ter uma visão da
realidade sob o método do VER-JULGAR-AGIR,
pensado e adotado pelo Concílio Vaticano
II, quase três séculos depois.
O amor que São
Vicente tinha pela Igreja era extraordinária.
A partir de sua vida de união com Deus, pela Oração e a aplicação da
oração na vida concreta, ele chegou a dizer que a Igreja precisava se converter
aos pobres, tornando-se uma Igreja servidora.
Essa mentalidade
era impensável para o contexto do Século XVII. Por isso, convém expressar com
toda propriedade que a vida e missão do Pai da Caridade, foi orientada por uma
fé autêntica, comprovada no amor-serviço aos pobres, “razão teológica” de nossa
vocação vicentina.
Como herdeiros
do carisma que norteou definitivamente a vida de nosso honoratíssimo Pai
Vicente de Paulo, temos o compromisso de, imbuídos do Evangelho, guiados pelo
Espírito, fonte de profecia e esperança, transmitir na fé e na obediência a
experiência de São Vicente de Paulo com o testemunho de nossa vida.
O contexto de
mundo e de Igreja no tempo de São Vicente como também a conjuntura atual da
Igreja e do mundo revelam a necessidade de trabalharmos em espírito de unidade
e com “a força dos braços e o suor do
rosto” para que o amor a paz, a
justiça, a solidariedade, a distribuição equititativa dos bens naturais,
a reforma agrícola e agrária sejam as bases fundamentais para conduzir a
humanidade para uma vida digna, segundo o Projeto de Deus, anunciado e
testemunho por Jesus Cristo, “O Enviado do Pai” ao mundo para nos salvar.
Contemplando
essa imagem do glorioso Vicente de Paulo, patrono de todas as obras de
caridade, podemos interpretar de várias maneiras. O gesto que ele aponta
significa que é necessário silenciar antes para escutar o outro. Esse outro que
é o próximo, alguém que está perto de nós seja fisicamente, seja pelos laços consangüíneos,
seja pela prática da caridade evangélica, como nos ensina a parábola do Bom
Samaritano. Significa a importância de silenciar em atitude de respeito, de
veneração, de busca atenta a voz do Espírito Santo que nos interpela através do
acontecimentos. Significa ainda que devemos falar pouco, ouvir e agir muito.
A fidelidade
compreendida por São Vicente orienta os seus filhos e filhas e todos que o tem
como fundador e inspirador a buscarem sempre corresponder na seriedade, na firmeza,
na convicção e no serviço evangelizador
dos pobres, verdadeiramente pobres e os considerados “vulneráveis”, na
linguagem hodierna.
Peçamos a
constante proteção da Santíssima Vírgem, modelo de Mãe, de serva fiel e
discípula missionária que apresente a Jesus Cristo e este como Filho ao Pai
nosso desejo de viver na santidade.
União de orações
e um grande abraço,
Padre César, CM