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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Bem-Aventurado Antônio Frederico Ozanam (09/09)

Vida, santidade, testemunho e obra de Ozanam
Antônio Frederico Ozanam nasceu a 23 de abril de 1813, na cidade de Milão (Itália), de Jean Antoine Ozanam (médico do hospital militar da cidade e professor) e Maria Nantas, dos quais recebeu uma profunda educação religiosa voltada para a caridade cristã. Em 1830, apesar de sentir-se profundamente inclinado à literatura, Ozanam dirigiu-se a Paris para estudar Direito na Sorbonne, fazendo assim a vontade de seu pai. Lá, em 1831, com alguns amigos universitários, aderiu à Conferência de História, que então se realizava sob a orientação de Emmanuel Bailly e reunia vários jovens para discutirem assuntos de relevância. Tais reuniões aconteciam na sede do jornal La Tribune Catholique, do próprio Bailly, que, em 1834, fundiu-se ao importante jornal L’Univers.
Os primeiros anos em Paris rendeu a Ozanam ampla rede de relações e de conhecimento, fazendo-o entrar em contato com os grandes intelectuais de seu tempo, como Lamennais, Gerbert, de Coux, Montalembert e Lacordaire, com quem Ozanam terá uma estreita e recíproca relação de amizade e cooperaão. Interessado pelas idéias dos católicos liberais, Frederico Ozanam participava com entusiasmo das palestras de Lamennais, de seu discípulo Gerbert e de cursos de economia política com Charles de Coux. Também freqüentava assiduamente a casa de Montalembert, onde intelectuais e jovens universitários se reuniam para debater temas como literatura, história, política, pobreza e seus desafios, progresso das civilizações, etc.
            Em 1833, ainda estudante, Ozanam sentiu-se profundamente interpelado pela realidade de fome e miséria que o cercava. Sua consciência cristã não permitiu que ficasse alheio ao sofrimento dos Pobres que clamavam a Deus pedindo justiça. Numa das reuniões da Conferência de História, propuseram para a discussão o tema da fé atuante. Então um de seus colegas saint-simonianos[1] fez sérias interpelações aos estudantes católicos que ali estavam, questionando-os sobre onde estariam os frutos da caridade que a religião deles pregava. Esse questionamento fez com que Ozanam refletisse profundamente e chegasse à conclusão de que realmente lhes faltava a caridade, exigência fundamental do Evangelho. E não uma simples caridade que não muda as estruturas, mas uma caridade ampla, que abala o sistema de opressão e coloca os pobres em dinamismo de libertação, valorização de sua dignidade e participação nos rumos da sociedade.