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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Festa de São Francisco Régis Clet

São Francisco Régis Clet nasceu em 19 de agosto de 1748. Era o décimo dos quinze filhos de Claudine e César Clet.
São Francisco fez seus estudos na Escola dirigida pelos Jesuítas, em Grenoble e entrou, em seguida, no seminário diocesano. Era um estudante brilhante. Os Padres da Congregação da Missão eram bem conhecidos em sua cidade e Francisco decidiu seguir a maneira da vida vicentina.
São Francisco entrou no Noviciado da Congregação da Missão, em Lyon, no bairro de Fourvière, em 6 de março de 1769. Foi ordenado sacerdote no dia 27 de março de 1773.
Seu primeiro trabalho foi o de professor de Teologia Moral, no Seminário Maior de Annecy, onde era muito admirado e do qual, mais tarde, foi nomeado Superior.
Em 1788, torna-se Diretor do Seminário Interno da Congregação da Missão, na Casa Mãe, em Paris.
Em seguida, apareceram os estragos e as dificuldades da Revolução Francesa e, em 13 de julho de 1789, São Lázaro foi invadido. Os Padres e os Irmãos leigos tiveram que fugir correndo para salvar suas vidas. Voltaram à Casa-Mãe no dia seguinte e constataram que tudo tinha sido saqueado.
Apesar das devastações causadas pela Revolução Francesa, o Superior Geral da Congregação da Missão continua a enviar missionários à China. Francisco Régis Clet se propôs e o Superior o aceitou. Em abril de 1791, ele partiu para a China e chega a Kiang-Si em 15 de outubro de 1792.
Durante quase trinta anos, ele se consagra inteiramente à missão chinesa e se adapta à sua nova maneira de vida, bem como a uma língua particularmente difícil. A maior parte dos Padres entrou na China ilegalmente.
Os Lazaristas, ajudados pelos Padres chineses, trabalharam em diversas Províncias da China, a serviço de mais de 200.000 cristãos. A situação era muito perigosa por causa das perseguições religiosas e deviam evitar serem reconhecidos.
São Francisco Régis foi feito prisioneiro em Jinjiagang e jogado mais tarde na prisão de Nan-Yang-Fou. Depois de muitos meses de sofrimentos, por causa das torturas cruéis e brutais, ele foi condenado à morte pelo Imperador. “Vós viestes à China secretamente, vós pervertestes numerosas pessoas, pregando vossa doutrina, e, segundo a Lei deveis ser estrangulado até a morte”. Ele morreu no dia 18 de fevereiro de 1820, perto de Ou-Tchang-Fou, depois de ter sido estrangulado, pendurado numa cruz.
Ele foi beatificado no dia 27 de maio de 1900 e canonizado junto com 119 Mártires chineses, no dia 1º de outubro de 2000. Seu corpo descansa na Casa-Mãe da Congregação da Missão, em Paris. 

Experiencia Missionária em Moçambique/Africa









Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2016

ZENIT - By HSM
Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13).
As obras de misericórdia no caminho jubilar»
  1. , Maria ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada
Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.
Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.
  1. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia
O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.
Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.
Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d’Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.
  1. As obras de misericórdia
A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em actos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. Por isso, expressei o desejo de que «o povo cristão reflicta, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina» (Ibid., 15). Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga… a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Ibid., 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.
Diante deste amor forte como a morte (cf. Ct 8, 6), fica patente como o pobre mais miserável seja aquele que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E isto porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo. E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Chega ao ponto de não querer ver sequer o pobre Lázaro que mendiga à porta da sua casa (cf. Lc 16, 20-21), sendo este figura de Cristo que, nos pobres, mendiga a nossa conversão. Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos. E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de omnipotência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado. Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem actualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los.
Portanto a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais directamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por esta estrada, também os «soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de aperceber-se que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. Mas permanece sempre o perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles, como para todos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moisés e o Profetas; que os oiçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta activa preparar-nos-á da melhor maneira para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na expectativa da sua vinda.
Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48), confessando-Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).
Vaticano, 4 de Outubro de 2015
Festa de S. Francisco de Assis
Francisco


Fonte:https://pt.zenit.org/articles/mensagem-do-papa-francisco-para-a-quaresma-de-2016/

Carta do Superior Geral - Quaresma 2016


CONGREGAZIONE DELLA MISSIONE 

CURIA GENERALIZIA 

Via dei Capasso, 30 – 00164 ROMA 

Tel: +39 06 661 30 61 – Fax: +39 06 666 38 31 –Email: cmcuria@cmglobal.org 


Roma, Quaresma 2016 

Queridos Irmãos e Irmãs, Membros da Família Vicentina


Quaresma: um tempo para o jejum

Uma história:

Durante uma visita à Venezuela onde encontrei membros dos diversos ramos da Família Vicentina, as pessoas falavam da crise social e econômica que atravessa o país e dos seus efeitos na vida quotidiana. As pessoas devem esperar em longas filas para comprar gêneros alimentícios de primeira necessidade como pão, leite, arroz, feijão, etc; elas devem esperar em longas filas para comprar sabão, creme dental e outros produtos de necessidade básica; devem esperar em longas filas para obter medicamentos e materiais de primeiros socorros; as pessoas devem esperar em longas filas nas paradas de ônibus devido aos horários reduzidos em razão da falta de peças de reposição e de novos pneus para os veículos de transporte público; as pessoas devem esperar em longas filas para obter vistos de viagem e além disso terão que enfrentar filas ainda mais extensas nos aeroportos. Esperar durante horas, sem no entanto ter a garantia que se conseguirá os produtos desejados e sem nenhuma garantia que não se ouvirá estas temidas palavras: não temos mais pão (ou aquilo que se procura). Esta frase significa que será preciso esperar até a semana seguinte pois, somente é permitido entrar na “longa fila” quando o último número da carteira de identidade pessoal corresponde a um determinado dia da semana. Contudo, ao mesmo tempo, as pessoas falavam dos efeitos positivos desta crise, destacando o fato de que os laços de solidariedade foram reforçados. Um dos nossos coirmãos dizia que a situação atual levou-os a adotar um modo de vida mais simples e aproximou a comunidade da realidade dos pobres. Esta situação social, econômica e política com seus aspectos negativos e positivos, pode ser considerada como uma passagem da cruz (a crise) à ressurreição (a solidariedade e uma maior identificação com a situação daqueles que são pobres). 

Uma história de Jesus: 

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14). Deus que é todo amor, misericordioso e compassivo, jamais abandonou a humanidade. Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho (Hb 1, 1-2). Jesus se misturava às multidões que formavam as longas filas de excluídos, na expectativa e esperança de participar, como membros ativos, da vida da sociedade. Jesus alimentou multidões e, não somente nenhuma pessoa voltou de mãos vazias, como também cestos e mais cestos de restos foram recolhidos (Mc 6, 34-44). Jesus estendeu o seu perdão incondicional aos pecadores, setenta vezes sete (Mt 18, 22), e exortava seus discípulos a serem também compassivos com seus irmãos e irmãs, como Deus tinha sido com eles (Lc 6, 36). Por sua Encarnação, hoje podemos encontrar Jesus em todas estas longas filas de espera que se constatam em diversas cidades do mundo, longas filas de homens e mulheres que clamam a toda hora, pedindo para serem reconhecidos como membros integrais desta sociedade. 

Uma nova história: 

Sim, a Quaresma é um tempo para o jejum, mas durante este ano da Misericórdia, nosso jejum deve assumir uma nova forma, aquela que leva à conversão pessoal e comunitária. Nosso jejum deveria ser de tal forma que jamais pudéssemos ser acusados “de passividade, de indulgência ou de cumplicidade culpáveis frente a situações intoleráveis de injustiça e de regimes políticos que mantêm estas situações” (Evangelii Gaudium, n° 194). Nosso jejum deve impregnar-nos, tocar-nos no mais profundo de nosso ser, de maneira que possamos ouvir e compreender novamente o clamor dos nossos irmãos e irmãs. Então, escutando estes gritos, corramos para serví-los como se corrêssemos para apagar um incêndio1 . Lembremonos, portanto, que quando tecemos relações com aqueles que estão na periferia, devemos 1 Coste XI, p. 31. entrar em seus sentimentos… é preciso sensibilizar nossos corações tornando-os suceptíveis ao sofrimento e as misérias do próximo e pedir a Deus que nos conceda o verdadeiro espírito de misericórdia que é o próprio espírito de Deus (Coste XI, p. 340-341). Que nosso jejum durante este tempo de Quaresma conceda a cada um de nós, membros da Família Vicentina, um coração novo, um coração de carne, um coração que nos permita criar vínculos sempre mais fortes com os nossos senhores e mestres, com os incontáveis homens e mulheres que, no mundo inteiro, são esquecidos e abandonados. Que nosso jejum durante esta Quaresma possa refletir esta mesma passagem que experimentam nossos irmãos e irmãs da Venezuela, uma passagem da cruz (nossa própria situação de crise) à ressurreição (a solidariedade e uma maior identificação com a situação daqueles que são pobres). 

Quaresma: tempo para rezar Uma história: 

No mês passado, por ocasião da festa da Epifania, fui ao Santuário de Nossa Senhora de Prime-Combe, que é administrado pelos nossos Coirmãos da Província de Toulouse e por uma equipe pastoral composta por leigos bem formados. Houve um tempo em que aproximadamente 50.000 pessoas se reuniam para celebrar a festa de Nossa Senhora. Hoje em dia, apenas 300 pessoas vêm participar da festa, mas, todos os domingos, na medida do possível, um coirmão celebra a Eucaristia. Fiquei muito impressionado com a fé simples de uns 50 fiéis que estavam reunidos para celebrar a Eucaristia. Eram todos idosos com 60 anos ou mais (não havia nenhum jovem presente). Um grupo de monges beneditinos que, desde o ano de 1990, vivem num prédio localizado em nosso terreno, partilha a vida desta comunidade de fé. Entretanto, este grupo de monges consiste numa comunidade muito especial. Cada membro vive com uma certa deficiência. Porém, estes homens levam uma vida alegre e simples e oferecem à população da redondeza um poderoso exemplo da maneira como o trabalho e a oração podem se entrelaçar. 

Uma história de Jesus : 

Jesus se afastou muitas vezes da multidão e de seus discípulos para dedicar tempo à oração. Ele dizia aos seus discípulos: “orai pelos que vos perseguem” (Mt 5, 44) e Ele mesmo rezou para que “todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti” (Jo 17, 21). Todos nós conhecemos o relato da oração angustiada de Jesus no Getsêmani (Mc 14, 32-42). Ao mesmo tempo, Jesus enalteceu a humilde oração do coletor de impostos: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador… e declarou que foi o coletor de impostos que voltou para casa justificado, pois, quem “se humilha será exaltado”(Lc 18, 9-14). Jesus também elogiou a oferta generosa da pobre viúva que foi a Jerusalém para rezar (Mc 12, 43- 44). Antes de partir deste mundo, Jesus deixou aos seus discípulos a herança de uma oração que combina dois grandes desejos centrados em Deus, com três clamores de súplica centrados nas urgentes necessidades básicas da humanidade. Jesus disse ao Pai os dois desejos do seu coração: Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino. Estes são seguidos por três clamores de súplica: dai-nos o pão, perdoai-nos nossas ofensas, e não nos deixeis cair em tentação2 . Através de sua Encarnação, Deus compreende nossas necessidades, compreende que somos fragmentados e feridos e na pessoa de Jesus todas estas realidades são apresentadas ao Pai! 2 José Antonio Pagola, Jésus : Appproche historique, Editions de Cerf, 2012. 

Uma nova história: 

Sim, a Quaresma é um tempo de oração e, nossa oração assim como o nosso jejum devem igualmente tomar uma nova forma durante este ano da Misericórdia, uma forma que conduz à conversão pessoal e comunitária. Sem momentos prolongados de adoração, de encontro orante com a Palavra, de diálogo sincero com o Senhor, as tarefas facilmente se esvaziam de significado, quebrantamo-nos com o cansaço e as dificuldades, e o ardor apaga-se. A Igreja não pode dispensar o pulmão da oração (Evangelii Gaudium, n° 262). Nossa oração e nosso jejum dão sentidos ao nosso ministério/serviço, nosso ministério/serviço dá sentido à nossa oração e ao nosso jejum. Minha esperança é que durante estes 40 dias de Quaresma possamos dedicar tempo não somente para escutar os clamores dos pobres, não somente para servir e evangelizar os pobres, mas para rezar com os pobres. Afinal, não somos todos como os membros da comunidade beneditina de Nossa Senhora de Prime-Combe, ou seja, não estamos de algum modo fragmentados e com necessidade de cura, com necessidade das orações dos outros? Consequentemente, como os monges beneditinos, nossas “deficiências” não devem nos impedir de contribuir na edificação de nossa comunidade, da associação, da Congregação. 

Enfim, e se, como o Papa Francisco não cessa de fazer, pedíssemos às pessoas: por favor, rezem por mim? E se convidássemos os pobres a virem em nossas casas para partilhar com eles um tempo de oração? Gostaria de encorajá-los a fazê-lo e depois, durante o Tempo Pascal, poderíamos compartilhar uns com os outros nossas experiências de partilha da oração com nossos senhores e mestres. 

Que a nossa oração e o nosso jejum nos permitam morrer com Cristo durante este tempo de Quaresma do ano de 2016, para ressuscitar com Ele no domingo de Páscoa e cantar nosso Aleluia! 



Seu Irmão em São Vicente, 
G. Gregory Gay, CM 
Superior geral



Fonte:https://pt.scribd.com/doc/298258942/POR-Superior-Geral-Carta-da-Quaresma-2016

Comunidade em Festa!

Aniversário de vida
10/02 - Pe. Marcos José
12/02 - Pe. Nonato

Entrada na Congregação
15/02 - Pe. Adriano
27/02 - Pe. Bonifácio

Ordenação
06/02 - Pe. Ari Alves