Santa Luísa de Marillac distinguia-se entre as companheiras pelo seu bom senso, sua piedade e responsabilidade, bem como amor a Deus a Virgem Maria e ao próximo.
Por motivos financeiros de sua família a transferiu para um pensionato, em Paris, onde as pensionistas tinham de trabalhar. Aí aprendeu prendas domésticas como: bordados, costuras, rendas e cozinhar.
Não conheceu a mãe. Com a morte do pai, ficou com o tutor, seu tio Miguel de Marillac; Luísa tinha então 13 anos de idade e em contato com as Irmãs Capuchinhas Filhas da Cruz, pensou em fazer-se religiosa, entrar para o convento. A vida simples e pobre dessas religiosas, jovens e alegres, deixou-a encantada inspirando-lhe em fazer um voto de consagrar-se ao serviço de Deus. Sua constituição franzina, porém e sua delicada saúde não lhe permitiram ser admitida nesse gênero de vida que comportava muita austeridade. Era uma pessoa propensa a ansiedade, a angústia e ao escrúpulo. Embora tivesse uma vocação religiosa, casou-se aos 22 anos em 1611 com Antony Le Grãs, com quem teve um filho.
No dia de Pentecostes, 04 de junho 1623, muito deprimida com a doença do marido, Luísa foi rezar na Igreja de São Nicolau dos Campos e invocou o auxílio de Deus. Ela mesma escreveu:
"No dia de Pentecostes, ouvindo a Santa Missa e fazendo orações na Igreja de São Nicolau, num instante o meu espírito foi iluminado sobre minhas dúvidas. Fui advertida que deveria permanecer com meu marido e que viria um tempo em que estaria em condições de fazer os votos numa pequena comunidade, em companhia com outras, onde haveria idas e vindas".
Esta Luz traz-lhe uma grande paz. Restava-lhe então o dever de acompanhar e suavizar com maior devoção a doença de seu marido que faleceu em 20-12-1625. Viúva aos 34 anos, rica e piedosa dedicou-se inteiramente aos pobres. Sofria, porém, da doença de escrúpulos que não a abandonava, apesar das tentativas de seu confessor, São Francisco de Sales.
Após a morte de São Francisco, Luísa conheceu Pe Vicente. A primeira impressão mútua foi negativa. Ela, aristocrata, dotada de uma primorosa educação, via no Padre Vicente um camponês um tanto rústico e frio. Ele, ocupado com os pobres, não estava interessado em dirigir damas da alta sociedade. Impressões que desapareceram, à medida que um pôde perceber no outro, os tesouros espirituais depositados pela graça. Pe Vicente conseguiu curar Luísa de seus escrúpulos e transformá-la na maior colaboradora das obras de misericórdia que realizava. Onde havia uma miséria a aliviar, uma dor a consolar, lá estavam eles.
As Confrarias da Caridade, fundadas por Vicente de Paulo para socorrer os pobres, em muitas paróquias da França , vinham definhando. Vicente, então encarregou Luísa de Marillac para visitá-las, reorganizá-las, conferindo-lhe novo dinamismo.
Luísa aceitou com alegria esta incumbência, verdadeira graça do céu a imprimir um novo rumo à sua vida.
Em 29 de novembro de 1633, algumas jovens reuniram-se sob a direção de Luísa de Marillac e, com a ajuda do Padre Vicente de Paulo, dar início a uma Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, comunidade de Vida Fraterna e Apostólica, comprometida com o serviço dos pobres.
É impossível avaliar o que Luísa de Marillac e as Irmãs realizaram em favor dos necessitados. Sua personalidade manifestava-se numa energia constante e incansável liderança no atendimento a toda sorte de misérias. Eram as pequenas escolas, os doentes, mendigos, feridos de guerra, os presos, desempregados, crianças órfãs, os idosos abandonados que necessitavam de assistência naqueles tempos de guerras e calamidades, no século XVII, na França.
Luísa de Marillac morreu em 15 de março de 1660 foi beatificada pelo Papa Bento XV em 9 de maio de 1920; elevada as honras dos altares como Santa Luísa de Marillac, pelo Papa Pio XI, em 11 de março de 1934.
Em 10 de fevereiro de 1960, o Papa João XXIII declarou-a Padroeira de todos os que se dedicam às Obras Sociais Cristãs.
"Sou vossa Santíssima Virgem, para ser mais perfeitamente de Deus!" (S.L.)
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