Segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra-se neste dia o aniversário da dedicação da basílica do Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de Rito romano, com o fim de honrar a basílica que é chamada “mãe e cabeça de todas as igrejas da Urbe e do Orbe” e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia, “preside a assembléia universal da caridade”.
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Pedro 2,1-17
Como pedras vivas, entrai na edificação
Caríssimos: Despojai-vos de toda maldade, mentira e hipocrisia, e de toda a inveja e calúnia. Como criancinhas recém-nascidas, desejai o leite legítimo e puro, que vos vai fazer crescer na salvação. Pois já provastes que o Senhor é bom. Aproximai-vos do Senhor, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus. Do mesmo modo, também vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.Com efeito, nas Escrituras se lê: “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e magnífica; quem nela confiar, não será confundido”.
A vós, portanto, que tendes fé, cabe a honra. Mas para os que não crêem, “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, pedra de tropeço e rocha que faz cair”. Nela tropeçam os que não acolhem a Palavra; esse é o destino deles.
Mas vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. Vós sois aqueles que “antes não eram povo, agora porém são povo de Deus; os que não eram objeto de misericórdia, agora porém alcançaram misericórdia.”
A vós, portanto, que tendes fé, cabe a honra. Mas para os que não crêem, “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, pedra de tropeço e rocha que faz cair”. Nela tropeçam os que não acolhem a Palavra; esse é o destino deles.
Mas vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. Vós sois aqueles que “antes não eram povo, agora porém são povo de Deus; os que não eram objeto de misericórdia, agora porém alcançaram misericórdia.”
Amados, eu vos exorto como a estrangeiros e migrantes: afastai-vos das humanas paixões que fazem guerra contra vós mesmos.Tende bom procedimento no meio dos gentios. Deste modo, mesmo caluniando-vos, como se fôsseis malfeitores, eles poderão observar a vossa boa atuação e glorificar a Deus, no dia de sua visitação.
Sede submissos a toda autoridade humana, por amor ao Senhor, quer ao imperador, como soberano,quer aos governadores, que por ordem de Deus castigam os malfeitores e premiam os que fazem o bem. Pois a vontade de Deus é precisamente esta: que, fazendo o bem, caleis a ignorância dos insensatos.Conduzi-vos como pessoas livres, mas sem usar a liberdade como pretexto para o mal. Pelo contrário, sede servidores de Deus. Honrai a todos, e amai os irmãos. Tende temor de Deus, e honrai o rei.
Sede submissos a toda autoridade humana, por amor ao Senhor, quer ao imperador, como soberano,quer aos governadores, que por ordem de Deus castigam os malfeitores e premiam os que fazem o bem. Pois a vontade de Deus é precisamente esta: que, fazendo o bem, caleis a ignorância dos insensatos.Conduzi-vos como pessoas livres, mas sem usar a liberdade como pretexto para o mal. Pelo contrário, sede servidores de Deus. Honrai a todos, e amai os irmãos. Tende temor de Deus, e honrai o rei.
Segunda leitura
Dos Sermões de São Cesário de Arles, bispo
(Sermo 229,1-3: CCL 104,905-908) (Séc.VI)
Pelo batismo fomos todos feitos templos de Deus
Celebramos hoje, irmãos diletos, com exultação jubilosa e com a bênção de Cristo, o natalício deste templo. Nós, porém, é que temos de ser o verdadeiro templo vivo de Deus. Todavia é com muita razão que os povos cristãos observam com fé a solenidade da Igreja-mãe, por quem reconhecem ter nascido espiritualmente. Pois pelo primeiro nascimento éramos vasos da ira de Deus; pelo segundo, foi-nos dado ser vasos da sua misericórdia. O primeiro nascimento lançou-nos na morte; e o segundo, chamou-nos de novo à vida.
Todos nós, caríssimos, antes do batismo fomos templos do demônio; depois do batismo, obtivemos ser templos de Cristo. E se meditarmos com atenção sobre a salvação de nossa alma, reconheceremos que somos o verdadeiro templo vivo de Deus. Deus não habita somente em construções de mão de homem (At 17,24) nem em casa feita de pedras e madeira; mas principalmente na alma feita à imagem de Deus e edificada por mãos deste artífice. Desse modo pôde São Paulo dizer: O templo de Deus, que sois vós, é santo (1Cor 3,17).
E já que Cristo, quando veio, expulsou o diabo de nossos corações para preparar um templo para si, quanto pudermos, esforcemo-nos com seu auxílio para que em nós não sofra injúria por nossas más obras. Pois quem proceder mal, faz injúria a Cristo. Como disse acima, antes que Cristo nos redimisse, éramos casa do diabo; depois foi-nos dado ser casa de Deus. Deus se dignou fazer de nós sua casa.
Por isso, diletos, se queremos celebrar na alegria o natalício do templo, não devemos destruir
em nós, pelas obras más, os templos vivos de Deus. E falarei de modo que todos compreendam: cada vez que entramos na igreja, queremos encontrá-la tal como devemos dispor nossas almas.
Queres ver bem limpa a basílica? Não manches tua alma com as nódoas do pecado. Se desejas que a basílica seja luminosa, também Deus quer que tua alma não esteja em trevas, mas que em nós brilhe a luz das boas obras, como disse o Senhor, e seja glorificado aquele que está nos céus. Do mesmo modo como tu entras nesta igreja, assim quer Deus entrar em tua alma, conforme prometeu: E habitarei e andarei entre eles (cf. Lv 26,11.12).
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