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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Comunicado da Holanda pelo falecimento do Pe. Lino

A FAMÍLIA VAN LIN E OS PADRES LAZARISTAS DA PROVÍNCIA DA HOLANDA COMUNICAM O FALECIMENTO DE

P A D R E  L I N O V A N L I N


Padre Lino nasceu no dia 15 de julho de 1928 em Bergen. Entrou na Congregação da Missão em Panningen, onde foi ordenado padre em 18 de julho de 1954. Após ter feito um curso de pronto médico para missionários em Rotterdam, viajou de navio para o Brasil, que se tornou sua segunda pátria.
Depois de ter-se iniciado na língua portuguesa em um seminário em Fortaleza, ele trabalhou em paróquias confiadas aos padres lazaristas. No Norte do Brasil, ele atuou como superior, vigário cooperador e pároco em várias cidades.
Um problema de saúde o obrigou, em 2005, para voltar à Holanda, mas ele não quis ficar definitivamente. Regressou, então, para o Brasil, mas, em 2010, via-se obrigado - contra sua própria vontade – a encerrar sua vida missionária. Finalmente, ele se conformou e aceitou sua realidade.
Em Panningen, viveu bons anos. Ele se sentia em casa no prédio em que passou seus anos de noviciado e do estudo de filosofia e teologia. Era muito agradecido pelos cuidados a ele dispensados. Seu bom humor fez dele um colega simpático e agradável. Há seis semanas, comemorou, antecipadamente e com entusiasmo, sessenta anos de padre. Pouco tempo depois, recebeu a unção dos enfermos, cercado por familiares e coirmãos.
A missa de corpo presente será celebrada na capela da Casa das Missões São José, em Panningen, na sexta-feira 1º de agosto de 2014, às 11 horas. Seguirá seu enterro no cemitério “Heiderust”, igualmente em Panningen. Antes da celebração eucarística, haverá oportunidade para despedidas na capela mortuária da Casa das Missões.

Panningen – Holanda, 28 de julho de 2014


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Partiu para Casa do Pai.

Fortaleza, 28 de julho de 2014.

“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só mas, se morre, produz muitos frutos”. (Jo 12, 24)
A Província de Fortaleza recebeu com tristeza profunda a notícia da morte do Pe. Lino van Lin, ocorrida na manhã desta segunda feira, dia 28, em Panningen.
Fica a tristeza no coração pela saudade que vai deixar, pela sua personalidade simples e sempre bem humorada, mas também fica a alegria pelos anos de convivência e principalmente a gratidão por sua dedicação e serviços prestados à nossa Província.
Entregamos sua vida nas mãos do Cristo evangelizador e servidor dos pobres, em quem ele sempre confiou. Elevamos nossas preces para que lhe seja dada a vida em plenitude na “casa do Pai” e a recompensa prometida por Jesus aos “servos bons e fiéis do seu Reino”. Manifestamos também, nesse momento, nossa solidariedade mais profunda a Província da Holanda e aos familiares do Pe. Lino van Lin.
Consolem a todos a fé e a esperança no Cristo, ressurreição e vida para os que nele crêem.

Pe. Evaldo Carvalho dos Santos
Visitador da PFCM



sábado, 26 de julho de 2014

São Joaquim e Sant´Ana / Pais de Nossa Senhora

Dos Sermões de São João Damasceno, bispo
(Orat. 6, in Nativitatem B. Mariae V., 2.4.5.6:PG 96, 663.667.670) (Séc.VIII)

Vós os conhecereis pelos seus frutos
Estava determinado que a Virgem Mãe de Deus iria nascer de Ana. Por isso, a natureza não ousou antecipar o germe da graça, mas permaneceu sem dar o próprio fruto até que a graça produzisse o seu. De fato, convinha que fosse primogênita aquela de quem nasceria o primogênito de toda a criação, no qual todas as coisas têm a sua consistência (cf. Cl 1,17).
Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora. Pois foi por vosso intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso de todos os dons, isto é, a mãe pura, a única que era digna do Criador.
Alegra-te, Ana estéril, que nunca foste mãe, exulta e regozija-te, tu que nunca deste à luz (Is 54,1). Rejubila-te,Joaquim, porque de tua filha nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; o nome que lhe foi dado é: Anjo do grande conselho, salvação do mundo inteiro, Deus forte (Cf. Is 9,5). Este menino é Deus.
Ó casal feliz, Joaquim e Ana, sem qualquer mancha! Sereis conhecidos pelo fruto de vossas entranhas, como disse o Senhor certa vez: Vós os conhecereis pelos seus frutos (Mt 7,16). Estabelecestes o vosso modo de viver da maneira mais agradável a Deus e digno daquela que de vós nasceu. Na vossa casta e santa convivência educastes a pérola da virgindade, aquela que havia de ser virgem antes do parto, virgem no parto e continuaria virgem depois do parto; aquela que, de maneira única, conservaria sempre a virgindade, tanto em seu corpo como em seu coração.
Ó castíssimo casal, Joaquim e Ana! Conservando a castidade prescrita pela lei natural, alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza: gerastes para o mundo a mãe de Deus, que foi mãe sem a participação de homem algum. Levando, ao longo de vossa existência, uma vida santa e piedosa, gerastes uma filha que é superior aos anjos e agora é rainha dos anjos.
Ó formosíssima e dulcíssima jovem! Ó filha de Adão e Mãe de Deus! Felizes o pai e a mãe que te geraram! Felizes os braços que te carregaram e os lábios que te beijaram castamente, ou seja, unicamente os lábios de teus pais, para que sempre e em tudo conservasses a perfeita virgindade! Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos, exultai e cantai salmos (cf. Sl 97,4-5). Levantai vossa voz; clamai e não tenhais medo.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Carta do Superior Geral para Família Vicentina/2014

ROMA, 18 de julho de 2014 

Queridos membros da Família Vicentina, 
Em vista da festa de São Vicente de Paulo, em nome da Família Vicentina e dos  responsáveis de nossos diferentes ramos, escrevo-lhes para informar que decidimos dedicar o próximo ano à «nova evangelização». Nós o faremos como Família Vicentina, centrando  nossa atenção sobre três pontos chaves de fidelidade no seguimento de Jesus Cristo, evangelizador e servidor dos pobres: 
• A necessidade de uma conversão pessoal e comunitária, 
• A necessidade de ir além de nós mesmos escutando o grito dos pobres, sobretudo, daqueles que vivem na periferia de nossas cidades e à margem da sociedade atual, 
• A necessidade de evangelizar e de oferecer novas formas de praticar a pastoral da família. 
De 5 a 19 de outubro de 2014, o Papa Francisco realizará um Sínodo de Bispos para 
estudar «Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização». É um tema importante proposto pelo nosso Santo Padre para o bem da Igreja, segundo mostrará este  Sínodo. 
No início de seu pontificado, o Papa São João Pulo II lançou o apelo a uma «nova evangelização» para incentivar um novo fervor e meios inovadores para encontrar Jesus, aprofundar nossa relação com Cristo e crescer na vida de fé. Este apelo de João Paulo II, veio em um momento de mal-estar geral entre os cristãos, especialmente nos países do  mundo desenvolvido. João Paulo II acreditava que os cristãos estavam se tornando menos fervorosos em sua prática de fé, de modo que ele chamou à conversão e a uma nova evangelização. Estas dinâmicas em favor de uma revitalização foram retomadas e  incentivadas por seus dois sucessores, o Papa emérito Bento XVI e o Papa Francisco.
Redescobrir e encontrar novamente Jesus com amor em nossos corações, aprofundando nosso relacionamento com Ele para crescer em nosso ser de discípulos é um  aspecto essencial desta nova iniciativa. Trata-se de um aprofundamento pessoal da nossa fé  no Deus de Jesus Cristo, um fruto do Espírito Santo. Este amor nos guia no caminho da devoção a Deus e da dedicação aos outros, especialmente os pobres. Como cristãos  verdadeiramente comprometidos e como discípulos de Jesus, compartilhamos a Boa Nova  do amor de Deus que se encontra nas Sagradas Escrituras e nos Sacramentos. A tarefa de todo fiel católico batizado é de tornar Jesus conhecido a todos. 

Para fazer isso, a Igreja nos convida à conversão, a uma nova maneira de encontrar  Deus e de crer Nele, de compartilhar a Boa Nova com os outros. Para viver esta experiência  de conversão e seguir um novo caminho para encontrar Deus, devemos deixar nosso próprio  conforto e escutar o Senhor quando Ele nos fala nas profundezas de nosso coração. Na  condição de membros da Família Vicentina, como podemos responder a este apelo à conversão e à nova evangelização? O carisma que São Vicente de Paulo compartilhou com  Santa Luísa de Marillac e que continuou com o Bem-aventurado Frederico Ozanam e com muitos outros na tradição vicentina, consistia no cuidado dos pobres e desprovidos. Mas 
este incluía também o «cuidado das almas», como sendo uma parte essencial da missão. 
Na vocação vicentina, missão e caridade são inseparáveis. As obras de misericórdia corporais e espirituais e o serviço andam sempre de mãos dadas. Estas instruções dirigidas  às Filhas da Caridade no seu serviço dos pobres nos falam: a «principal preocupação fazê-los conhecer Deus, anunciar-lhes o Evangelho e tornar presente o Reino» (Constituições das Filhas da Caridade, 10a). O Bem-aventurado Frederico Ozanam enfatizava que a ajuda  material não era o único aspecto do serviço dos pobres da Sociedade. Ao contrário lembrava aos confrades que sua espiritualidade e seu testemunho cristão, cheio da ternura do amor de  Deus, ajudavam muitos cristãos a voltar à fé como também a evangelização de muitos não  cristãos. É uma virtude essencial de nossa espiritualidade vicentina: desenvolver e aprofundar a nossa relação com Jesus e ajudar outros a encontrar o Cristo. É a fé em atos. 
São muitos os desafios que nos esperam na vida cotidiana. Mas é agora o momento  favorável para anunciar a Boa Nova da salvação em Jesus Cristo. Embora vivamos em um  ambiente muitas vezes indiferente à religião, as pessoas ainda têm real sede de valores mais elevados. Há uma fome de Deus no meio do povo de Deus, especialmente quando se aspira a um novo modo de viver que difere das normas vigentes da sociedade. Somos tentados a adotar a maneira como as pessoas vivem este ambiente de indiferença religiosa e nos acostumar a aceitar a pouca importância que as pessoas atribuem às questões essenciais da fé e do sentido da vida neste mundo. 

Santa Maria Madalena

Das Homilias sobre os evangelhos, de São Gregório Magno, papa
(Hom.25,1-2.4-5:PL 76,1189-1193)   (Séc.VI)
 
Sentia o desejo ardente de encontrar a Cristo,
que julgava ter sido roubado
Maria Madalena, tendo ido ao sepulcro, não encontrou o corpo do Senhor. Julgando que fora roubado, foi avisar aos discípulos. Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que a mulher lhes dissera. Sobre eles está escrito logo em seguida: Os discípulos voltaram então para casa (Jo 20,10). E depois acrescenta-se: Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando (Jo 20,11).
Este fato leva-nos a considerar quão forte era o amor que inflamava o espírito dessa mulher, que não se afastava do túmulo do Senhor, mesmo depois de os discípulos terem ido embora. Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia a ardente saudade daquele que julgava ter sido roubado. Por isso, só ela o viu então, porque só ela o ficou procurando. Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10,22).
Ela começou a procurar e não encontrou nada; continuou a procurar, e conseguiu encontrar. Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; mas se diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos. Quem experimentou este amor ardente, pôde alcançar a verdade. Por isso afirmou Davi: Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Também a Igreja diz no Cântico dos Cânticos: Estou ferida de amor (Ct 5,8). E ainda: Minha alma desfalece (cf.Ct 5,6).
Mulher, por que choras? A quem procuras? (Jo 20,15). É interrogada sobre o motivo de sua dor, para que aumente o seu desejo e, mencionando o nome de quem procurava, se inflame ainda mais o seu amor por ele.
Então Jesus disse: Maria (Jo 20,16). Depois de tê-la tratado pelo nome comum de mulher sem que ela o tenha reconhecido, chama-a pelo próprio nome. Foi como se lhe dissesse abertamente: Reconhece aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti. Maria, chamada pelo próprio nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente exclama: Rabuni, que quer dizer Mestre (Jo 20,16). Era ele a quem Maria Madalena procurava exteriormente; entretanto, era ele que a impelia interiormente a procurá-lo.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Festa de Nossa Senhora do Carmo

Dos Sermões, de São Leão Magno, papa

Maria concebeu primeiro em seu espírito,
e depois em seu corpo
Uma virgem da descendência real de Davi foi escolhida para a sagrada maternidade; iria conceber um filho, Deus e homem, primeiro em seu espírito, e depois em seu corpo. E para evitar que, desconhecendo o desígnio de Deus, ela se perturbasse perante efeitos tão inesperados, ficou sabendo, no colóquio com o anjo, que era obra do Espírito Santo o que nela se realizaria. Maria, pois, acreditou que, estando para ser em breve Mãe de Deus, sua pureza não sofreria dano algum. Como duvidaria desta concepção tão original, aquela a quem é prometida a eficácia do poder do Altíssimo? A sua fé e confiança são ainda confirmadas pelo testemunho de um milagre anterior: a inesperada fecundidade de Isabel. De fato, quem tornou uma estéril capaz de conceber, pode também fazer com que uma virgem conceba.
Portanto, a Palavra de Deus, que é Deus, o Filho de Deus, que no princípio estava com Deus, por quem tudo foi feito e sem ela nada se fez (cf. Jo 1,2-3), a fim de libertar o homem da morte eterna, se fez homem. Desceu para assumir a nossa humildade, sem diminuir a sua majestade. Permanecendo o que era e assumindo o que não era, uniu a verdadeira condição de escravo à condição segundo a qual ele é igual a Deus; realizou assim entre as duas naturezas uma aliança tão admirável que, nem a inferior foi absorvida por esta glorificação, nem a superior foi diminuída por esta elevação.
Desta forma, conservando-se a perfeita propriedade das duas naturezas que subsistem em uma só pessoa, a humildade é assumida pela majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade. Para pagar a dívida contraída pela nossa condição pecadora, a natureza invulnerável uniu-se à natureza passível; e a realidade de verdadeiro Deus e verdadeiro homem associa-se na única pessoa do Senhor. Por conseguinte, aquele que é um só mediador entre Deus e os homens (1Tm 2,5), como exigia a nossa salvação, morreu segundo a natureza humana e ressuscitou segundo a natureza divina. Com razão, pois, o nascimento do Salvador conservou intacta a integridade virginal de sua mãe; ela salvaguardou a pureza, dando à luz a Verdade.  
Tal era, caríssimos filhos, o nascimento que convinha a Cristo, poder e sabedoria de Deus. Por este nascimento, ele é semelhante a nós pela sua humanidade, e superior a nós pela sua divindade. De fato, se não fosse verdadeiro Deus, não nos traria o remédio; se não fosse verdadeiro homem, não nos serviria de exemplo.  
Por isso, quando o Senhor nasceu, os anjos cantaram cheios de alegria: Glória a Deus no mais alto dos céus, e anunciaram paz na terra aos homens por ele amados (Lc 2,14). Eles veem, efetivamente, a Jerusalém celeste ser construída pelos povos do mundo inteiro. Por tão inefável prodígio da bondade divina, qual não deve ser a alegria da nossa humilde condição humana, se até os sublimes coros dos anjos se rejubilam?

Carta do Superior Geral aos Seminaristas do Brasil

                                                       CONGREGAZIONE DELLA MISSIONE
CURIA GENERALIZIA

Roma, 6 de junho de 2014
Aos Seminaristas da Congregação da Missão no Brasil
31º. Encontro Nacional dos Estudantes Vicentinos do Brasil (ENEV),
de 7 a 13 de julho de 2014, em Belém – PA

Estimados Seminaristas,
Conosco o ardor e a força de Cristo Evangelizador dos pobres!
Saúdo fraternamente a todos. Quero aqui fazer-me presente juntos a vocês com minha amizade, orações e votos de muito êxito neste encontro de convivência e reflexão,
Alegro-me com a oportuna escolha do tema da “Formação Vicentina para os dias atuais” para a reflexão de vocês neste encontro. Nos dias atuais, a Igreja tem consciência de ser cada vez mais missionária e nos desafia a colocar-nos em “estado de conversão e de saída missionária”. Este apelo eclesial revela a riqueza e a atualidade de nossa vocação vicentina e reforça a necessidade de aprofundar a fidelidade criativa para a missão, tal como nos propõe a nossa última Assembleia Geral. Penso que o horizonte da fidelidade criativa é a referência fundamental para nossa reflexão e dinamização da formação vicentina nos dias atuais. Animo-os, pois, a refletir e aprofundar o sentido da formação como um processo dinâmico, progressivo, contínuo e integral de desenvolvimento pessoal e comunitário de nossa configuração com Cristo Evangelizador dos pobres e como o húmus da revitalização do carisma, a terra fértil onde se pode germinar e cultivar uma vida e missão mais significativas.
Na abertura e na escuta ao que o Espírito nos está dizendo nos dias de hoje, entendo que o exercício da fidelidade criativa nos impele a desenvolver uma interação dinâmica entre o nosso carisma fundacional e os apelos de Deus na realidade atual dos pobres e a buscar caminhos novos e criativos para a assimilação, reconfiguração e vivência de nossa vocação. Chama-nos a tomar consciência de que somos uma Congregação missionária internacional: somos congregados para a Missão, para ir com disponibilidade e desapego ao encontro do pobre no mundo inteiro, deixando-nos evangelizar por ele e buscando desenvolver e atualizar nosso serviço missionário lá onde os apelos missionários são mais urgentes. Esta consciência congregacional ampla, baseada no ideal missionário comum, nos impulsiona a assumir e a desenvolver a reconfiguração tanto em sentido ‘intra’ como ‘interprovincial’ e em suas várias dimensões, para dinamizar e atualizar o sentido e a assimilação de nosso carisma; desafia-nos a cultivar um sentido de pertença à Congregação, um sentido vital, concreto e duradouro que
vá mais além das comunidades locais e provinciais; convoca-nos a dar passos concretos na criação de espaços de colaboração interprovincial em âmbito da missão, da formação e da administração; requer de nós alimentar a disponibilidade pessoal e a mobilidade para participar em novos projetos missionários, rever nossos ministérios e as nossas estruturas pessoais e comunitárias para realçar a dimensão missionária, ir aos mais necessitados, distantes e afastados e somar forças para colaborar juntos com a Família Vicentina e como Família Vicentina...
Em espírito de fidelidade criativa, não podemos deixar-nos cair na estagnação e no comodismo de práticas e estruturas de vida e ação impróprias para o nosso serviço vicentino, somos chamados a deixar-nos renovar pela capacidade inovadora e pela vitalidade missionária de nossa vocação. Necessitamos de uma formação que ajude a construir uma Congregação reconfigurada, com missionários reconfigurados na evangélica paixão por Cristo nos pobres e pelos pobres em Cristo e na lógica do amor-doação que nos coloca em “estado de conversão e de saída” para a missão. Necessitamos de uma formação que transmita o carisma e robusteça o sentido de pertença a uma família carismática internacional, que reforce a identidade vicentina nos seus elementos essenciais e irrenunciáveis, sem fechamento nos interesses individualistas, nos limites geográficos, culturais e provinciais e em práticas e estruturas convencionais e sem força de conversão e de vitalidade missionária. Nesta perspectiva, proponho-lhes um sério esforço para aprofundar e discernir coerentes e criativas atitudes, práticas e propostas formativas e com elas se comprometer, para nos ajudar como Congregação da Missão a crescer criativamente fieis ao carisma vicentino e evangélica e eficazmente solícitos na resposta aos atuais apelos missionários dos pobres!
Finalmente, aproveito aqui a oportunidade para lhes pedir que prepararem um vídeo de 3 a 5 minutos, com uma mensagem para nossa próxima Assembleia Geral (2016), apresentando suas reflexões e expectativas em relação à Congregação da Missão, a partir do tema que será estudado: “A CM, entre os 400 anos de fidelidade ao carisma e a nova Evangelização”.
Deus abençoe a todos, formando e dilatando seus corações, mentes e ideais no espírito e na extensão do amor missionário de Cristo Jesus! Que este 31º ENEV os ajude a estreitar sempre mais os laços de fraternidade vicentina como membros de uma única Congregação, aprofundando os desafios e caminhos para uma sólida formação vicentina e se comprometendo e crescendo sempre mais na opção de seguir Cristo evangelizador dos pobres.
Seu irmão em São Vicente,
G. Gregory Gay, C.M.
Superior Geral

sábado, 12 de julho de 2014

Dom Viçoso é declarado venerável

O papa Francisco autorizou a promulgação do decreto em que consta a declaração das virtudes heroicas do Servo de Deus dom Antonio Ferreira Viçoso, que foi bispo da arquidiocese de Mariana (MG) de 1844 a 1875. A decisão do papa foi anunciada em audiência, na terça-feira, dia 8, com o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato.
Em nota, a arquidiocese de Mariana alegrou-se com o que considera “mais um passo significativo rumo à beatificação”. Com a autorização do papa, dom Viçoso recebe o título de venerável, sendo necessário para a beatificação, portanto, a aprovação de um milagre, o que já é analisado pelos peritos da Congregação da Santa Sé.
Em maio, o papa autorizou o início do processo de beatificação de outro arcebispo de Mariana, dom Luciano Mendes de Almeida, que governou a Igreja particular de 1988 a 2006, quando faleceu aos 75 anos. Os dois bispos encontram-se enterrados na cripta da Catedral da arquidiocese.
Dom Viçoso
Dom Antonio Ferreira Viçoso nasceu em Peniche, Portugal, no ano de 1787. Na Congregação da Missão, foi ordenado sacerdote em 1818 e chegou ao Brasil no ano seguinte, com 32 anos de idade. Antes do episcopado, abriu o Colégio do Caraça, em Minas Gerais, onde pregou em diversas missões nos povoados. Também atuou na educação da juventude. Durante 15 anos esteve Jacuecanga, entorno de Angra dos Reis (RJ).
Em 1837, retornou a Minas e foi eleito superior geral dos Lazaristas. Sua ordenação episcopal aconteceu em 1844, no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro.
Em Mariana (MG), reformou o seminário, fundado em 1750. Ali, aplicou as normas do Concílio de Trento para a formação do Clero.
Falecido em 1875, teve seu processo de canonização aberto no mesmo ano, por dom Silvério Gomes Pimenta. 

Fonte: Site da CNBB

terça-feira, 1 de julho de 2014

Celebrando o Dom da Vocação Sacerdotal

03/07 - Pe. Pedro Gotardo
05/07 - Pe. João Bonifácio
17/07 - Pe. Cristiano Jacobs
20/07 - Pe. Gilvan Manuel
22/07 - Pe. Hermano Mestron
23/07 - Pe. Jaime Kriek
24/07 - Pe. Jair do Carmo
28/07 - Pe. Francisco José
28/07 - Pe. Antonio Garcês

Homilia do Papa na solenidade dos apóstolos São Pedro e São Pedro

Na solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, patronos principais de Roma, é com alegria e gratidão que acolhemos a Delegação enviada pelo Patriarca Ecumênico, o venerado e amado irmão Bartolomeu, guiada pelo Metropolita Ioannis. Pedimos ao Senhor que possa, também esta visita, reforçar os nossos laços fraternos no caminho rumo à plena comunhão entre as duas Igrejas irmãs, por nós tão desejada.
«O Senhor enviou o seu anjo e me arrancou das mãos de Herodes» (Act 12, 11). Nos primeiros tempos do serviço de Pedro, na comunidade cristã de Jerusalém havia grande apreensão por causa das perseguições de Herodes contra alguns membros da Igreja. Ordenou a morte de Tiago e agora, para agradar ao povo, a prisão do próprio Pedro. Estava este guardado e acorrentado na prisão, quando ouve a voz do Anjo que lhe diz: «Ergue-te depressa! (...) Põe o cinto e calça as sandálias. (...) Cobre-te com a capa e segue-me» (Act 12, 7-8). Caiem-lhe as cadeias, e a porta da prisão abre-se sozinha. Pedro dá-se conta de que o Senhor o «arrancou das mãos de Herodes»; dá-se conta de que Deus o libertou do medo e das cadeias. Sim, o Senhor liberta-nos de todo o medo e de todas as cadeias, para podermos ser verdadeiramente livres. Este facto aparece bem expresso nas palavras do refrão do Salmo Responsorial da celebração litúrgica de hoje: «O Senhor libertou-me de toda a ansiedade».
Aqui está um problema que nos toca: o problema do medo e dos refúgios pastorais.
Pergunto-me: Nós, amados Irmãos Bispos, temos medo? De que é que temos medo? E, se o temos, que refúgios procuramos, na nossa vida pastoral, para nos pormos a seguro? Procuramos porventura o apoio daqueles que têm poder neste mundo? Ou deixamo-nos enganar pelo orgulho que procura compensações e agradecimentos, parecendo-nos estar seguros com isso? Amados Irmãos Bispos, onde pomos a nossa segurança?
O testemunho do apóstolo Pedro lembra-nos que o nosso verdadeiro refúgio é a confiança em Deus: esta afasta todo o medo e torna-nos livres de toda a escravidão e de qualquer tentação mundana. Hoje nós – o Bispo de Roma e os outros Bispos, especialmente os Metropolitas que receberam o Pálio – sentimos que o exemplo de São Pedro nos desafia a verificar a nossa confiança no Senhor.
Pedro reencontrou a confiança, quando Jesus lhe disse por três vezes: «Apascenta as minhas ovelhas» (Jo 21, 15.16.17). Ao mesmo tempo ele, Simão, confessou por três vezes o seu amor a Jesus, reparando assim a tríplice negação ocorrida durante a Paixão. Pedro ainda sente queimar dentro de si a ferida da desilusão que deu ao seu Senhor na noite da traição. Agora que Ele lhe pergunta «tu amas-Me?», Pedro não se fia de si mesmo nem das próprias forças, mas entrega-se a Jesus e à sua misericórdia: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» (Jo 21, 17). E aqui desaparece o medo, a insegurança, a covardia.
Pedro experimentou que a fidelidade de Deus é maior do que as nossas infidelidades, e mais forte do que as nossas negações. Dá-se conta de que a fidelidade do Senhor afasta os nossos medos e ultrapassa toda a imaginação humana. Hoje, Jesus faz a mesma pergunta também a nós: «Tu amas-Me?». Fá-lo precisamente porque conhece os nossos medos e as nossas fadigas. E Pedro indica-nos o caminho: fiarmo-nos d’Ele, que «sabe tudo» de nós, confiando, não na nossa capacidade de Lhe ser fiel, mas na sua inabalável fidelidade. Jesus nunca nos abandona, porque não pode negar-Se a Si mesmo (cf. 2 Tm 2, 13).É fiel. A fidelidade que Deus, sem cessar, nos confirma também a nós, Pastores, independentemente dos nossos méritos, é a fonte de nossa confiança e da nossa paz. A fidelidade do Senhor para connosco mantém sempre aceso em nós o desejo de O servir e de servir os irmãos na caridade.
E Pedro deve contentar-se com o amor de Jesus. Não deve ceder à tentação da curiosidade, da inveja, como quando perguntou a Jesus, ao ver ali perto João: «Senhor, e que vai ser deste?» (Jo 21, 21). Mas Jesus, perante estas tentações, responde-lhe: «Que tens tu com isso? Tu segue-Me!» (Jo 21, 22). Esta experiência de Pedro encerra uma mensagem importante também para nós, amados irmãos Arcebispos. Hoje, o Senhor repete a mim, a vós e a todos os Pastores: Segue-Me! Não percas tempo em questões ou conversas inúteis; não te detenhas nas coisas secundárias, mas fixa-te no essencial e segue-Me. Segue-Me, não obstante as dificuldades. Segue-me na pregação do Evangelho. Segue-Me no testemunho duma vida que corresponda ao dom de graça do Baptismo e da Ordenação. Segue-Me quando falas de Mim às pessoas com quem vives dia-a-dia, na fadiga do trabalho, do diálogo e da amizade. Segue-Me no anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos últimos, para que a ninguém falte a Palavra de vida, que liberta de todo o medo e dá a confiança na fidelidade de Deus. Tu segue-Me!

Fonte: www.zenit.org/