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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Catequese do Papa Francisco

Roma, 27 de Agosto de 2014 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.
Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus Trindade, mistério de unidade e de comunhão plena. Depois, a Igreja é santa, enquanto fundada sobre Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito Santo, repleta do seu amor e da sua salvação. Ao mesmo tempo, porém, é santa e composta de pecadores, todos nós, pecadores, que fazemos experiência cada dia das nossas fragilidades e das nossas misérias. Então, esta fé que professamos nos impele à conversão, a ter a coragem de viver cotidianamente a unidade e a santidade, e se nós não somos unidos, se não somos santos, é porque não somos fiéis a Jesus. Mas ele, Jesus, não nos deixa sozinhos, não abandona a sua Igreja! Ele caminha conosco, Ele nos entende. Entende as nossas fraquezas, os nossos pecados, perdoa-nos, sempre que nós nos deixamos perdoar. Ele está sempre conosco, ajudando-nos a nos tornarmos menos pecadores, mais santos, mais unidos.

1. O primeiro conforto vem do fato de que Jesus rezou muito pela unidade dos discípulos. É a oração da Última Ceia, Jesus pediu tanto: “Pai, que sejam uma só coisa”. Rezou pela unidade, e o fez propriamente na iminência da Paixão, quando estava para oferecer toda a sua vida por nós. É aquilo que somos convidados continuamente a reler e meditar, em uma das páginas mais intensas e comoventes do Evangelho de João, o capítulo dezessete (cfr vv. 11.21-23). Como é belo saber que o Senhor, pouco antes de morrer, não se preocupou consigo mesmo, mas pensou em nós! E no seu diálogo sincero com o Pai, rezou justamente para que pudéssemos ser uma só coisa com Ele e entre nós. Bem: com estas palavras, Jesus se fez nosso intercessor junto ao Pai, para que possamos entrar também nós na plena comunhão de amor com Ele; ao mesmo tempo, confia-lhe a nós como seu testamento espiritual, para que a unidade possa se tornar sempre mais a nota distintiva das nossas comunidades cristãs e a resposta mais bela a qualquer um que nos pergunte a razão da esperança que há em nós (cfr 1 Pe 3, 15).

2. “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 21). A Igreja procurou desde o início realizar este propósito que está no coração de Jesus. Os Atos dos Apóstolos nos recordam que os primeiros cristãos se distinguiam pelo fato de terem “um só coração e uma só alma” (At 4, 32); o apóstolo Paulo, depois, exortava as suas comunidades a não esquecerem que são “um só corpo” (1 Cor 12, 13). A experiência, porém, nos diz que são tantos os pecados contra a unidade. E não pensemos só nos cismas, pensemos em faltas muito comuns nas nossas comunidades, em pecados “paroquiais”, aqueles pecados nas paróquias. Às vezes, de fato, as nossas paróquias, chamadas a serem lugares de partilha e de comunhão, são tristemente marcadas por inveja, ciúmes, antipatia… E as fofocas são acessíveis a todos. Como se fofoca nas paróquias! Isto não é bom. Por exemplo, quando alguém é eleito presidente daquela associação, fofoca-se contra ele. E se aquela outra é eleita presidente da catequese, as outras fofocam contra ela. Mas, esta não é a Igreja. Não se deve fazer isto, não devemos fazê-lo! É preciso pedir ao Senhor a graça de não fazê-lo. Isto é humano, sim, mas não é cristão! Isto acontece quando almejamos os primeiros lugares; quando colocamos no centro nós mesmos, com as nossas ambições pessoais e os nossos modos de ver as coisas, e julgamos os outros; quando olhamos aos defeitos dos irmãos, em vez de olhar para suas competências; quando damos mais peso àquilo que nos divide, em vez de olhar para o que nos une…

Uma vez, na outra diocese em que eu estava antes, ouvi um comentário interessante e belo. Falava-se de uma idosa que por toda a vida tinha trabalhado na paróquia e uma pessoa que a conhecia bem disse: “Esta mulher nunca falou mal dos outros, nunca fofocou, sempre estava com um sorriso”. Uma mulher assim pode ser canonizada amanhã! Este é um belo exemplo. E se olhamos para a história da Igreja, quantas divisões entre nós cristãos. Também agora estamos divididos. Também na história nós cristãos fizemos guerra entre nós por divisões teológicas. Pensemos naquela dos 30 anos. Mas isto não é cristão. Devemos trabalhar também pela unidade de todos os cristãos, seguir pelo caminho da unidade que é aquele que Jesus quer e pelo qual rezou.

3. Diante de tudo isso, devemos fazer seriamente um exame de consciência. Em uma comunidade cristã, a divisão é um dos pecados mais graves, porque a torna sinal não da obra de Deus, mas da obra do diabo, que é por definição aquele que separa, que arruína as relações, que insinua preconceitos… A divisão em uma comunidade cristã, seja essa uma escola, uma paróquia ou uma associação é um pecado gravíssimo, porque é obra do Diabo. Deus, em vez disso, quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, de nos perdoarmos e de nos querermos bem, para nos assemelharmos sempre mais a Ele que é comunhão e amor. Nisto está a santidade da Igreja: em reconhecer-se à imagem de Deus, repleta da sua misericórdia e da sua graça.

Queridos amigos, façamos ressoar no nosso coração estas palavras de Jesus: “Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9). Peçamos sinceramente perdão por todas as vezes em que fomos ocasião de divisão ou de incompreensão dentro das nossas comunidades, bem sabendo que não se chega à comunhão se não através de uma contínua conversão. O que é a conversão? É pedir ao Senhor a graça de não falar mal, de não criticar, de não fofocar, de querer bem a todos. É uma graça que o Senhor nos dá. Isto é converter o coração. E peçamos que a base cotidiana das nossas relações possa se tornar uma reflexão sempre mais bela e alegre da relação entre Jesus e o Pai.

Conferencia LatinaAmericana de Províncias Vicentinas-CLAPVI-

   Encuentro sobre “Teología de la Misión”
Martes, 26 de agosto de 2014

2º CRONICA

D. Denilson Matias da Silva, C. M.

En nuestro segundo día encuentro en la “Fazenda do Engenho”, el día amaneció pintado con los colores de los países Latinoamericanos presentes en esta cita. A las 07:30 y con el frio del amanecer, nos reunimos para la oración de la mañana. Esta vez la oración fue dirigida por los padres de Colombia, Argentina y Paraguay. Ellos nos ayudaron a vivir un momento fuerte de espiritualidad vicentina y a prepararnos para lo que había de venir.
Después de la oración nos dirigimos todos al comedor donde compartimos un rico desayuno. Fortalecidos ya con el alimento espiritual y material nos dispusimos para iniciar el trabajo del día. Antes de que el P. Alexandre nos presentara al ponente del día, P. Paulo Suess, el P. José Jair, secretario de la CLAPVI, dio lectura a algunos saludos y mensajes enviados, destacándose entre ellos el del Superior General, P. Gregory Gay, el del Asistente General, P. Elí Cháves, y el del P. Fabiano Spisla, Presidente de la CLAPVI.
El P. Paulo Suess nos fue introduciendo poco a poco en el tema del día y empezó haciendo un recuento de la misión entre la época colonial y la del Papa Francisco. Luego nos introdujo en lo que considera el objetivo general del encuentro realizado por la CLAPVI:
- Recordar, renovar y celebrar la identidad misionera, y la fidelidad al carisma de la Familia Vicentina.
- Desdoblamiento de la pastoral apostólica de san Vicente de Paúl en el itinerario misionero, en la espiritualidad y en la comunidad.
- Siempre al servicio de los pobres, de los otros y de los que sufren.
Luego nos presentó algunas tesis, desafíos y propuestas:
- La misión es la prioridad de las prioridades teológicas y pastorales.
- Del proselitismo exclusivista al respeto del otro y a la autoestima de lo propio.
- Articular la identidad distintiva de fe con la identidad extensiva de amor.
- Los dos focos de la misión: no éxodo geográfico ni ruptura ideológica e ir al encuentro de los pobres.
- Donde falta la acción misionera, falta la vida eclesial.
- La comunidad misionera es una comunidad de acogida y de envío.
- La formación para la misión y la formación misionera profética son un medio para vivir cada situación como una oportunidad misionera.
Una vez presentados estos aspectos, el ponente dio espacio a los participantes para participar y comentar todo lo expuesto. Finalmente nos presentó algunos elementos que deben caracterizar al discípulo misionero:
- Coraje para asumir lo esencial y lo central: Jesucristo.
- Asumir la diversidad.
- No querer hacerlo ni manipularlo todo.
- Vivir a partir de un centro espiritual (carisma).
- Alimentar el espíritu misionero.
- Repartir el pan, el tiempo y los dones.
- Ser responsables con lo relevante para los otros.
- Abrazar las realidades y los ideales.
Ya en horas de la tarde seguimos profundizando en lo expuesto y ampliando nuestro conocimiento en lo que significa la teología de la misión en el mundo actual. Siendo las 5:15 de la tarde nos dispusimos a celebrar la eucaristía, presidida hoy por el P. Agnaldo De Paula, para dar gracias a Dios por el trabajo realizado.
Siendo las 8:00 de la noche nos reunimos de nuevo para participar de la velada cultural preparada esta vez por los participantes venidos del extranjero. Con esta actividad y con el derroche de creatividad por parte de las distintas delegaciones, dimos por concluido el trabajo de hoy.



















terça-feira, 26 de agosto de 2014

Conferencia LatinoAmericana de Províncias Vicentinas -CLAPVI-

                         Encuentro Sobre “Teología de la Misión” 
Lunes, 25 de agosto de 2014 
1ºCrónica 
P. Lauro Palú, C.M 


El domingo, 24 de agosto del 2014 y el día anterior, el sábado 23 de agosto, según los intereses turísticos de los viajeros o de acuerdo con las actividades de los misioneros, llegaron a Belo Horizonte los Cohermanos y las Cohermanas Hijas de la Caridad, que vinieron a participar del encuentro de la Conferencia Latino Americana de Provincias Vicentinas (CLAPVI), sobre el tema la “Teología de la Misión”. Reunidos en el “Instituto São Vicente de Paulo” tomaron el autobús que los trajo hasta Caraça, a la “Fazenda do Engenho” en donde llegaron para la cena. Después de la cena se llevó a cabo la celebración de la misa de apertura del encuentro que fue presidida por el Visitador de la Provincia de Río de Janeiro, el P. Geraldo Eustáquio Mól Santos. 
En la mañana fría y con un cielo muy azul, el día 25 de agosto de 2014, a las 07:30, hubo una dinámica de presentación en la cual cada participante decía su nombre, su origen y su oficio en la Congregación. Éramos 41 personas, entre padres, hermanas y seminaristas y una laica, la psicóloga Marisa Aparecida Domingos. La dinámica tuvo como resultado la presentación de una verdadera telaraña, mejor dicho, resultó siendo una red que nos provocó la reflexión sobre la vocación misionera de pescadores, llamados por Cristo y enviados al mundo bajo el liderazgo de San Vicente de Paúl. La oración de la mañana fue hecha a modo de Lectio Divina y Vicentina, con el formato preparado por el P. Chuno, conducida por el P. Agnaldo de Paula y por Sor Rizomar B. Figueiredo, una Lectio Divina que es fruto perseverante y maduro del Encuentro de la CLAPVI del 2007. Las canciones y oraciones fueron cantadas y rezadas en portugués y en español. 
Después de la oración hubo un excelente desayuno que nos dio fuerzas para los trabajos del día, coordinados luego por el P. Getúlio Mota Grossi, de la Provincia de Río de Janeiro. El tema fue “La Vocación del Misionero”, tema que el conferencista desarrolló en forma de reflexión sobre un fragmento de una conferencia de San Vicente de Paúl (SVP XI, 1) que todos recibieron y estudiaron en silencio y en seguida lo comentaron. La exposición hecha por el P. Getúlio fue distribuida en portugués, leída y comentada por los participantes, a lo largo de la mañana. Fue interrumpida para un receso acompañado con un buen café y con buenos jugos. La comida, al medio día, fue seguida por las pláticas entre hermanos y hermanas y por los habituales descansos. Los trabajos fueron retomados a las 2:00 de la tarde 
Durante la mañana, el P. Getúlio comentó sobre lo que San Vicente llamó el “estado de los misioneros”, caracterizándolo como un estado apostólico y estado “cristiano”. Por la tarde, lo caracterizó como estado exodal, porque somos llamados a salir; y también como un estado de presencia junto a los Pobres. Concluyó su ponencia con una segunda parte, en la que identificó el estado de los misioneros con el estado de caridad. 
Al final de su ponencia, emocionado, lleno de entusiasmo y celo, recibió nuestros agradecimientos y también nuestros aplausos. Terminamos la tarde con la celebración Eucarística. 
En la lista de participantes, al final del día, contamos 29 sacerdotes, 3 diáconos, un hermano, 7 seminaristas del primer año de seminario y 7 Hijas de la Caridad. Los participantes son provenientes de las tres Provincias de Brasil, Argentina (y Paraguay), Chile, Colombia, Perú, México, Barcelona, con su provincial a la cabeza, y la Misión de Honduras. Después de la cena, por la noche, los participantes tomaron tiempo libre para sus actividades personales. 








quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Carta do Superior Geral sobre a situação do Iraque

Roma, 15 de agosto 2014.
Queridos membros da Família Vicentina,
Feliz Festa da Assunção da Santíssima Virgem!
Desde minha última circular que dirigi a todos os ramos da nossa Família, faz poucos dias, ocorreram muitos acontecimentos que a mim exigem escrever-lhes novamente; não quero deixar de passar o chamado a uma profunda reflexão e oração que fazemos.
Há alguns meses, escutamos ao Papa Francisco nos falando da sua preocupação e tristeza pela realidade especifica dos cristãos perseguidos no Iraque e por outras situações de fome, seca, guerras e enfermidades que em muitas partes do mundo, estão sofrendo sempre os mais pobres.
Há uns dias, também recebi uma carta de Michael Thio, Presidente Internacional da Sociedade de São Vicente de Paulo, onde me conta que parte destes cristãos perseguidos no Iraque, que muitos fazem parte de Conferências desse país. Isto nos faz, ainda mais, próximos a situação.
No domingo, dia 10 de agosto no Ângelus, o Papa Francisco nos insistia: “nos deixam pasmados e consternados as notícias que chegam de Iraque: milhares de pessoas, entre eles tantos cristãos, expulsos de suas casas de uma maneira brutal; crianças que morrem de sede e de fome durante a fuga; mulheres sequestradas; pessoas massacradas; violências de todo tipo; destruição por todas as partes, de casas, de patrimônios religiosos, históricos e culturais. Tudo isto ofende gravemente a Deus e a humanidade. Não se odeia em nome de Deus. Não se faz a guerra em nome de Deus”.
Quero convidá-los como Família Vicentina, a não deixarmos passar por alto o chamado  que nos faz a Igreja e os pobres, de maneira concreta no Iraque, a nos unir a esta causa. Há pouco em um informe do Pontifício Conselho Cor Unum, se assinalou que desde o mês de junho estão realizando programas de assistência humanitária para os refugiados do Iraque. Portanto, se nossa contribuição pode ser material, façamos através da Cáritas Nacional com as Conferências Episcopais.Porém, especialmente, quero convidar a todos os ramos a nível nacional, regional ou local para que organizemos uma jornada de Oração (e jejum) de maneira criativa, para o dia 22 de agosto, que celebramos a Festa de Nossa Senhora Rainha.
Oremos, como disse o Papa, “juntos ao Deus da paz, por intercessão da Virgem Maria:  Dai nos a paz, Senhor, aos nossos dias, e faz que sejamos construtores da justiça e da paz. Rainha da paz, rogai por nós!”.
Seu irmão em São Vicente, 
G. Gregory Gay, C.M.
Superior Geral



terça-feira, 19 de agosto de 2014

sábado, 2 de agosto de 2014

Vocações, testemunho da verdade

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O 51º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
 Amados irmãos e irmãs!
1. Narra o Evangelho que «Jesus percorria as cidades e as aldeias (...). Contemplando a multidão, encheu-Se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”» (Mt 9, 35-38). Estas palavras causam-nos surpresa, porque todos sabemos que, primeiro, é preciso lavrar, semear e cultivar, para depois, no tempo devido, se poder ceifar uma messe grande. Jesus, ao invés, afirma que «a messe é grande». Quem trabalhou para que houvesse tal resultado? A resposta é uma só: Deus. Evidentemente, o campo de que fala Jesus é a humanidade, somos nós. E a acção eficaz, que é causa de «muito fruto», deve-se à graça de Deus, à comunhão com Ele (cf. Jo 15, 5). Assim a oração, que Jesus pede à Igreja, relaciona-se com o pedido de aumentar o número daqueles que estão ao serviço do seu Reino. São Paulo, que foi um destes «colaboradores de Deus», trabalhou incansavelmente pela causa do Evangelho e da Igreja. Com a consciência de quem experimentou, pessoalmente, como a vontade salvífica de Deus é imperscrutável e como a iniciativa da graça está na origem de toda a vocação, o Apóstolo recorda aos cristãos de Corinto: «Vós sois o seu [de Deus] terreno de cultivo» (1 Cor 3, 9). Por isso, do íntimo do nosso coração, brota, primeiro, a admiração por uma messe grande que só Deus pode conceder; depois, a gratidão por um amor que sempre nos precede; e, por fim, a adoração pela obra realizada por Ele, que requer a nossa livre adesão para agir com Ele e por Ele.

2. Muitas vezes rezámos estas palavras do Salmista: «O Senhor é Deus; foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-Lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho» (Sal 100/99, 3); ou então: «O Senhor escolheu para Si Jacob, e Israel, para seu domínio preferido» (Sal 135/134, 4). Nós somos «domínio» de Deus, não no sentido duma posse que torna escravos, mas dum vínculo forte que nos une a Deus e entre nós, segundo um pacto de aliança que permanece para sempre, «porque o seu amor é eterno!» (Sal 136/135, 1). Por exemplo, na narração da vocação do profeta Jeremias, Deus recorda que Ele vigia continuamente sobre a sua Palavra para que se cumpra em nós. A imagem adoptada é a do ramo da amendoeira, que é a primeira de todas as árvores a florescer, anunciando o renascimento da vida na Primavera (cf. Jr 1, 11-12). Tudo provém d’Ele e é dádiva sua: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, mas – tranquiliza-nos o Apóstolo - «vós sois de Cristo e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 23). Aqui temos explicada a modalidade de pertença a Deus: através da relação única e pessoal com Jesus, que o Baptismo nos conferiu desde o início do nosso renascimento para a vida nova. Por conseguinte, é Cristo que nos interpela continuamente com a sua Palavra, pedindo para termos confiança n’Ele, amando-O «com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças» (Mc 12, 33). Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus. É «um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele nos irmãos e nas irmãs» (Discurso à União Internacional das Superioras Gerais, 8 de Maio de 2013). Por isso, todos somos chamados a adorar Cristo no íntimo dos nossos corações (cf. 1 Ped 3, 15), para nos deixarmos alcançar pelo impulso da graça contido na semente da Palavra, que deve crescer em nós e transformar-se em serviço concreto ao próximo. Não devemos ter medo: Deus acompanha, com paixão e perícia, a obra saída das suas mãos, em cada estação da vida. Ele nunca nos abandona! Tem a peito a realização do seu projecto sobre nós, mas pretende consegui-lo contando com a nossa adesão e a nossa colaboração.

3. Também hoje Jesus vive e caminha nas nossas realidades da vida ordinária, para Se aproximar de todos, a começar pelos últimos, e nos curar das nossas enfermidades e doenças. Dirijo-me agora àqueles que estão dispostos justamente a pôr-se à escuta da voz de Cristo, que ressoa na Igreja, para compreenderem qual possa ser a sua vocação. Convido-vos a ouvir e seguir Jesus, a deixar-vos transformar interiormente pelas suas palavras que «são espírito e são vida» (Jo 6, 63). Maria, Mãe de Jesus e nossa, repete também a nós: «Fazei o que Ele vos disser!» (Jo 2, 5). Far-vos-á bem participar, confiadamente, num caminho comunitário que saiba despertar em vós e ao vosso redor as melhores energias. A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Porventura não disse Jesus que «por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35)?

4. Amados irmãos e irmãs, viver esta «medida alta da vida cristã ordinária» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte,31) significa, por vezes, ir contra a corrente e implica encontrar também obstáculos, fora e dentro de nós. O próprio Jesus nos adverte: muitas vezes a boa semente da Palavra de Deus é roubada pelo Maligno, bloqueada pelas tribulações, sufocada por preocupações e seduções mundanas (cf. Mt 13, 19-22). Todas estas dificuldades poder-nos-iam desanimar, fazendo-nos optar por caminhos aparentemente mais cómodos. Mas a verdadeira alegria dos chamados consiste em crer e experimentar que o Senhor é fiel e, com Ele, podemos caminhar, ser discípulos e testemunhas do amor de Deus, abrir o coração a grandes ideais, a coisas grandes. «Nós, cristãos, não somos escolhidos pelo Senhor para coisas pequenas; ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jogai a vida por grandes ideais!» (Homilia na Missa para os crismandos, 28 de Abril de 2013). A vós, Bispos, sacerdotes, religiosos, comunidades e famílias cristãs, peço que orienteis a pastoral vocacional nesta direcção, acompanhando os jovens por percursos de santidade que, sendo pessoais, «exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte31).
Disponhamos, pois, o nosso coração para que seja «boa terra» a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto. Quanto mais soubermos unir-nos a Jesus pela oração, a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os Sacramentos celebrados e vividos na Igreja, pela fraternidade vivida, tanto mais há-de crescer em nós a alegria de colaborar com Deus no serviço do Reino de misericórdia e verdade, de justiça e paz. E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós. Com estes votos e pedindo-vos que rezeis por mim, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, 15 de Janeiro de 2014


FRANCISCO

Teste Vocacional

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém/PA
Há um costume na Igreja Católica no Brasil de dedicar anualmente o mês de agosto à reflexão a respeito de uma das dimensões fundamentais da vida cristã, a vocação. São João Paulo II chamou a vocação de um olhar de amor vindo de Deus para cada pessoa. Tendo diante dos olhos, com a ajuda da Comunidade cristã, os vários estados de vida e possibilidades de serviço ao Reino de Deus, a Igreja quer oferecer, especialmente às crianças, adolescentes e jovens, o caminho seguro. Sabemos que Deus concede a todos os homens e mulheres uma imensa quantidade de dons e capacidades, com as quais podem realizar-se. Todos nós fomos feitos para dar certo e ninguém pode ser excluído.

Não é raro que em escolas e outros ambientes se ofereçam os chamados testes vocacionais, com os quais as habilidades são identificadas, contribuindo para as novas gerações encontrarem seu lugar na sociedade. Podem ajudar a descobrir os campos de atividade mais adequados às capacidades de cada um e facilitar o acesso aos cursos adequados e à posterior entrada no mercado de trabalho. Nem sempre as pessoas acertam na escolha do curso a fazer e são muitas aquelas que, em virtude de um concurso feito, dependentes dos salários que recebem, permanecem longos anos em ambientes inadequados aos seus próprios dons. Todos nós almejamos um mundo em que as pessoas se integrem bem e sejam felizes, no lugar certo, com sua dignidade reconhecida e possibilidades de desenvolvimento de todas as suas potencialidades. O sonho pode parecer distante, mas não podemos desejar menos do que uma sociedade livre e igualitária, com oportunidades oferecidas a todos. Daí a importância a ser dada a todos os instrumentos técnicos e pedagógicos que nos aproximem de tal ideal. Acrescente-se a isso o esforço a ser empreendido para multiplicar os postos de trabalho destinados às novas gerações.

No entanto, é outra a compreensão da ideia cristã de vocação. Os testes vocacionais e outros recursos podem conduzir à profissão e à realização das capacidades, mas vocação tem a ver com vida cristã e experiência religiosa, o que pode conduzir à escolha de um estado de vida e disponibilidade para o serviço do próximo por causa de uma realidade que supera as atividades cotidianas ou o trabalho a ser realizado. Vocação exige dois polos. De um lado, Deus que cria, chama e ama. A outra parte é de cada pessoa humana, que precisa aprender a discernir os sinais da vontade de Deus e responder com coragem.


O ponto de partida está na família, convidada, através do Sacramento que a constitui, o matrimônio, a criar um ambiente adequado ao trato pessoal com Deus. Tudo começa no ato gerador do amor conjugal, com o qual uma vida tem início, com a colaboração dos pais, conscientes de que, ao conceberem uma criança, Deus cria uma alma chamada a viver por toda a eternidade (Cf. Encíclica Humani Generis, do papa Pio XII, número 36). Há um relacionamento pessoal e direto de amor entre Deus e cada pessoa humana, no qual o Senhor mantém a plena liberdade com a qual fomos criados e ao mesmo tempo provoca positivamente uma resposta de cada homem e de cada mulher, em vista da felicidade a que somos destinados. Deus não é fruto de nossa imaginação ou criatividade, mas nos precede como Senhor e Criador. Ele vem na frente! Nós é que somos suas criaturas! 

A vida de oração na família cria as condições para que as crianças, tendo recebido de presente a inserção no Corpo de Cristo, na graça do Batismo, venham a responder a uma pergunta fundamental: "O que Deus quer de mim?" Não é suficiente ensinar os filhos a desenvolverem suas capacidades e descobrirem como ser importantes ou ganhar dinheiro na sociedade. Uma pessoa não chegou à sua plena realização quando faltou a experiência de Deus e a resposta a este amor pessoal. O nome de Deus e o amor a Ele sejam sagrados em cada casa. A família evangeliza e lança as sementes das vocações cristãs autênticas quando dentro dela se respiram os valores evangélicos verdadeiros, traduzidos em gestos e palavras tão simples, como pedir um favor, agradecer, dar espaço aos outros, o perdão, a gentileza, a polidez no trato. Para cultivar este ambiente, a família seja o espaço da iniciação à vida paroquial. Criança que vai à Missa com os pais tem futuro na vida cristã! Participação familiar na Santa Missa é Pastoral Vocacional! Depois, a Igreja, seus Sacramentos, seus Ministros, sua história, tudo venha a ser valorizado e respeitado na família! 

O cultivo do ambiente vocacional continua com a inserção na catequese e nos grupos paroquiais, segundo as idades das crianças, adolescentes e jovens. Ali se ampliam os horizontes, outras pessoas são conhecidas. Nas Paróquias e Comunidades, faça parte do esforço pastoral a orientação vocacional e o reconhecimento das diversas vocações e estados de vida, nos quais o amor de Deus é acolhido e respondido com generosidade. Todas as vocações sejam consideradas importantes e nenhuma preterida nas Paróquias. Além disso, seja valorizada a figura dos orientadores vocacionais. Leigos e Leigas, Religiosos e Religiosas, assim como os sacerdotes, estes na magnífica tarefa do Sacramento da Penitência e da Direção Espiritual, são agentes imprescindíveis para uma cultura vocacional a ser desenvolvida na Igreja. 

As grandes vocações eclesiais a serem cultivadas são o Matrimônio, o Sacerdócio, a Vida Religiosa e Missionária, a Dedicação a Deus nas Comunidades Novas, a Virgindade Consagrada nas Igrejas Particulares e outras formas de compromisso pessoal com o Senhor. Há lugar e oportunidade para todos e ninguém pense não ter uma vocação. Todos, sem exceção, têm um olhar pessoal de Deus a ser realizado na Igreja. 

E somos ainda convidados a retornar ao argumento inicial, a profissão e a vocação. Um dia, perguntei a um jardineiro o que estava atrás da beleza de seu trabalho. Respondeu-me com simplicidade que era apenas o amor com que suas mãos realizavam as tarefas. Apenas! E encontro homens e mulheres de tantas outras profissões que as realizam com inigualável unção! Capacidades humanas foram elevadas a uma sacralidade impressionante. Tive inúmeros contatos com médicos, para dar um exemplo, que se deixam conduzir pelo Espírito Santo em suas delicadas tarefas. A diferença está lá dentro da pessoa, que pode ser apenas um profissional frio ou se deixar conduzir pela graça de Deus. Acontece então um encontro maravilhoso entre a iniciativa do Senhor, que nos leva em conta, e as capacidades humanas, cuja fonte se encontra também nele. A Ele a honra, o louvor e a glória, para sempre. 


Fonte: CNBB



sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Aniversariantes de Agosto

Ordenação:
04/08 - Pe. Assis

Nascimento:
01/08 - Pe. Alexandre
14/08 - Pe. Jaime
24/08 - Pe. Gilvan