Delegações de religiosas de todo o mundo
foram recebidas pelo Papa Francisco na manhã desta quarta-feira, 08 de
maio, na Sala Paulo VI, no Vaticano. As 800 irmãs, delegadas de 1900
diferentes Congregações, se reuniram nos últimos dias na Assembleia
Plenária da União Internacional das Superioras Gerais, em Roma. Com
elas, estava também o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação
para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica, a
quem Papa Francisco agradeceu logo no início de seu discurso. Dom João
esteve domingo, 05, na Assembleia, participando de um debate e
celebrando uma missa para as irmãs.
Centralidade de Cristo, autoridade como
serviço de amor, e ouvir a Mãe-Igreja. Estas foram as três principais
indicações sugeridas pelo Papa às religiosas, ao se dirigir a elas. “O
que seria da Igreja sem vocês? Faltaria o carinho, a maternidade, a
ternura, a intuição das mães. Queridas irmãs, fiquem certas de que eu as
acompanho de perto, rezo por vocês, mas por favor, rezem também por
mim!”, pediu Francisco.
O Papa também lembrou que “adorar e
servir são dois comportamentos que não se separam, mas caminham sempre
juntos; e disse que obediência é ouvir a vontade de Deus e aceitar que a
obediência passe através das mediações humanas”. E completou:
“Lembrem-se que a relação autoridade/obediência se insere no contexto
maior do mistério da Igreja e constitui uma atuação especial de sua
função mediadora”.
Outra questão recomendada para a
reflexão das religiosas foi a pobreza, que – disse – não è a pobreza
teórica: “A pobreza teórica não nos interessa, a pobreza se aprende
tocando a carne de Cristo pobre”; e insistiu na necessidade de que as
religiosas sejam espiritualmente fecundas e neste sentido, ‘sejam mães’ e
não ‘solteironas’.
Avançando, Papa Francisco passou ao
segundo elemento no exercício da autoridade: o serviço, que teve seu
ápice luminoso na cruz. “Para o homem – especificou – quase sempre a
autoridade è sinônimo de posse, mas a autoridade como serviço è sinônimo
de amor, significa entrar na lógica de Jesus que se inclinou para lavar
os pés aos pobres. Quem quiser ser grande será servidor e antes ainda,
escravo”.
Após criticar comportamentos
carreiristas de homens e mulheres da Igreja, que usam o povo como
trampolim para suas ambições pessoais, pediu às religiosas que exerçam
autoridade compreendendo, amando, ajudando, abraçando todos,
especialmente quem se sente excluído, nas periferias existenciais do
mundo humano.
“È impossível – acrescentou – que uma
consagrada e um consagrado não sintam com a Igreja, e a eclesialidade é
uma das dimensões constitutivas de sua vocação, é um carisma fundamental
para a Igreja. O ‘sentir com a Igreja’ – explicou – se expressa na
fidelidade ao magistério, em comunhão com os pastores e com o bispo de
Roma, sinal de unidade visível”.
“O anúncio – reafirmou o Pontífice,
citando Paulo VI – não é jamais um ato isolado ou de grupo. A
evangelização se realiza graças a uma inspiração pessoal, em união com a
Igreja e em nome dela”.
Fonte: CNBB
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